Olá Queridos,
Hoje vou compartilhar com vocês alguns trechos de uma matéria da jornalista, escritora e palestrante, Joyce Moysés, que além de mim, entrevistou também o Roberto Shinyashiki – ATrevista/Jornal a Tribuna, 20/04/2014
Todos nós temos nas mãos o poder do perdão. A questão é decidir usá-lo. É uma das formas mais eficazes de destravar sua vida, caminhando mais leve. “Quando você perdoa, dá a si mesmo a liberdade de seguir seu caminho sentindo paz em relação ao passado, energia no seu presente e confiança no seu futuro”, incentiva o psiquiatra Roberto Shinyashiki em seu último livro, Louco Por Viver (Editora Gente).
Nem Sua Santidade é infalível. Ele admitiu, em conversa informal com outros padres, que tomou o crucifixo de seu falecido confessor quando ele estava no caixão. Afinal, esse homem havia perdoado os pecados de todos os sacerdotes de Buenos Aires. “Cada vez que algum mau pensamento sobre alguém me assalta, minha mão se dirige para a cruz”, disse. “Eu sinto a graça e isso me faz sentir melhor”, concluiu.
Nas palavras de Susanne Andrade, consultora e professora de coaching e relações interpessoais em cursos de MBA: “Papa Francisco tem atraído o querer bem de pessoas de tantas religiões por sua simplicidade e humildade, como demonstra ao assumir um ato desse. Nos treinamentos, palestras e livro, reafirmo: é pela humanização nas relações que conquistamos os maiores resultados em nossa vida”. Essa humanização começa na relação com a gente mesmo. “Perdoando nossos erros e os dos outros. Vivemos em um mundo que exige mais e mais, o que pode contribuir para desumanizar a sociedade. Precisamos ser mais generosos conosco”, fala a coach.
Entender suas imperfeições não significa permitir que elas o paralisem. Você vai ver que o reconhecimento do erro aliviará a maior parte da tensão e facilitará a resolução do problema. Shinyashiki incentiva a “compreender os motivos das suas derrotas e bancá-las, transformando tropeços em sabedoria. Quem quer ganhar sempre acaba pra escanteio, isolado…”
“O nosso medo de perdoar vem principalmente de que o comportamento se repita e de recebermos crítica dos outros, já que vivemos mais focados no mundo externo do que nos valores internos. Se há necessidade do perdão é porque alguém se sentiu traído, magoado ou ferido; e isso demanda um tempo para essa pessoa elaborar o que ocorreu, variando conforme sua personalidade e capacidade de resgatar a confiança na relação abalada”, responde Susanne.
O interessante é quanto tudo isso pode ser antagônico. “A reconciliação começa aqui. O perdão começa aqui. O perdão liberta a alma. Afasta o medo”, disse Nelson Mandela (interpretado por Morgan Freeman) no filme Invictus, esse grande líder que uniu uma nação com atitudes inspiradoras e gestos simples de respeito ao ser humano. “Nada disso teria conseguido se não partisse do perdão”, analisa a coach e palestrante.
Para reatarmos uma relação de afeto precisamos ter coragem de enfrentar a situação e identificar ganhos para os dois lados. “Quem perdoa demonstra humildade para aprender, para se valorizar, para ensinar e abrir possibilidades de crescimento na relação. Isso pode ocorrer até com pessoas que faleceram, perdoando-as por atos do passado, abrindo assim um canal de libertação espiritual”, aconselha Susanne.
“Quando perdoamos, também livramos nossa alma da energia negativa de pessoas que nos feriram. Talvez não mereçam seu perdão, mas eu não estou pensando nelas. Acredito que é importante por você. Que bela tática é essa, a de não perdoar o outro e acabar castigando a si mesmo, que já sofreu o suficiente? Enterrar essa dor e viver melhor amanhã do que hoje, criando novos relacionamentos, isso, sim, vai fazer bem”, orienta Shinyashiki.
“Ela pode ainda levar seu corpo a desenvolver doenças como depressão. Para dissolvê-la, abra espaço para o diálogo, procurando entender o que, de fato, aconteceu e os motivos da pessoa para tomar aquelas atitudes que o feriram”, sugere Susanne, que acredita na comunicação como atitude-chave para solucionar conflitos.
“Aceite as críticas que você receber e se permita conversar até limpar a área. Tome essa atitude com urgência, mesmo que os outros também tenham errado com você. Melhor do que ficar se justificando ou cultivando culpa sozinho”, continua Shinyashiki.
“Ao abrir essa possibilidade, poderá aprender sobre como lidar com a rejeição, o desejo de vingança e a raiva que possam estar crescendo dentro de você”, explica Susanne. Perdoou? Ótimo para você, que permitiu substituir esses sentimentos por leveza, grandiosidade e sabedoria.
Abraços Afetuosos,
Susanne Andrade